segunda-feira, 26 de abril de 2010

Guardem minhas lembranças bonitas
E levem tudo o resto.
Cortem-me os braços
Cortem-me as pernas
Sangrem-me o coração
E exagerem na dor.

Arranquem-me o cabelo
Soltem-me,nua, onde tudo congele
E deixem-me la...
Peguem em mim,
Partam-me,
Calquem-me
E exagerem na dor.

Agora soltem cada pedaço
Retirem-me o embaraço
Devolvam-me outro corpo
Por agora, sem rosto.

Façam de mim força e vontade
Reguem-me
Ergam-me
Intensifiquem-me
Encorajem-me
Dêm-me estalos de alegria
Façam de mim boa companhia
Tornem-me solta
Tornem-me livre de meus pensamentos
Mortos e exageradamente compulsivos
Da fraqueza façam ambição
Devolvam meu coração
E tratem-no bem.

Estará ele agora limpo,
Sem traições,
Sem saudades mal curadas
Sem quereres diambulando defuntos
Sem promessas corrompidas
Sem sabores abusivos
Sem aquele amor esquecido
Que por ele se vive adormecido.
Sem esperanças enferrujadas
Ou situações mal encaradas
Sem medos e revoltas
Sem memórias tristes,
De palavras escritas,
Quando deveriam ser ditas
Acabando lidas
Sem serem compreendidas.
Sem momentos adiados
Mais tarde confortados
Por um beijo qualquer.

Coração novo,
Novo corpo,
Revitalizado,
Como outrora tinha estado
E nem por ele vi ter passado.

Vistam-me cores alegres
Um vestido bem bonito
Pintem-me as unhas
Calçem-me as sandalias
Na minha mala coloquem
Doces memórias
E um baton,
Bem vermelho.

Devolvam-me finalmente o rosto,
Tranquilo,
Sincero,
Meigo,
Calmo,
Rejuvenescido...
Minha cara deixem natural
Mas usem o baton.
Soltem saude no cabelo
E deixem-no agitar-se com o vento.

Humm, abre os olhos,
Sentes-te fresca,
Sentes-te tranquila,
Sentes-me bem,
Sentes-me aconchegada,
Sinceramente amada
(Se nao for por outro,
que seja pelos teus).
És tu, de volta,
Corre até la ao fundo,
Sente a areia nos pés,
Molha-te,
Sente o cheirinho do mar,
Tudo está bom
Tudo está ao teu alcance.
Beija, abraça,
Rodeia-te de coisas boas.
Esqueceste o que de mal
De trouxe o sufoco.
Corre, brinca, sente,
Respira como nunca.
Vê no bolso, moedas?
Compra um gelado.
Hummm, nunca um gelado esteve tao vivo
Consegues nomear todos os engredientes
Que o formaram,
É doce,
E conforta-te.
Porque nunca o saboreaste desta maneira.
Porque nunca o saboreaste,
Nele sempre memorias ou deveres agregaste,
Ignorando o que de bom a vida te dava,
Como esse simples gelado.

Vê toda a gente contente.
És tu. Recuperada.
Jamais te deixarás cair de novo.
Sentes-te bem.
Sentes-te viva.
Olha, quem vês ao lado?
(...)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Somos uns tontos

Mesmo que caia
Mesmo que cale
Mesmo que saia
Mesmo ralhe

Mesmo que chova
Mesmo que fuja
Mesmo que doa
Mesmo que fale á toa

Mesmo que ponha o dedo na ferida
Mesmo que entristeça pela ida
Mesmo que o tempo não atenue
Mesmo k duvida perdure...

O coração bate
O fogo chama
A alegria vem
E mostra
O que a gente ainda tem...


Somos uns tontos
Encolhendo o amor
Quando ele é bem grande...

Ai, se soubesses o quanto te amo
O quanto te dou minha alma
O quao necessito da tua calma
O quanto me embalo
Ainda, nesta rima...
Só porque quero
Só porque amo...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mata minha dor

Vem,
Me embala, me aconchega, me adormece
Vem,
Delicadamente, e fica...
Fica aqui a meu lado...
Mostra-me teu toque suave
e cobre-me com a magia das palavras doces
Mata minha dor
e faz-me sorrir.

Uma breve longa ausência
que me corta por dentro
Que me esmaga
E me enrola na insegurança e no medo.
Tira-me tudo isto.
Faz de mim tua presa
Mas sê um bom predador.


Alimenta minha esperança
Sobe minha auto estima
Segura minha mão
e diz que me amas

Vem,
Me embala, me aconchega, me adormece
Vem,
Delicadamente, e fica...
Fica aqui a meu lado...
Mostra-me teu toque suave
e cobre-me com a magia das palavras doces
Mata minha dor
e faz-me sorrir.

"A mágoa magoa"


Há mágoas que ficam...
Mesmo que digam:
“o tempo cura”
Não...

Há aquela mágoa que perdura...
Que sufoca
Que arrepia
Que separa
Que revolta
Que entristece...
Só sente quem sente
E quem não sente não compreende
E nos chama “inocente”.
Mas se não sente pode calar
Porque nunca vai saber ajudar
Quem recusa continuar a explicar...
Porque há coisas que não se explicam,
E cujo fim é desabafar.
Pois há palavras que faltam inventar...
Quem explica uma mágoa,
Muitas vezes tem troco de nada
Porque simplesmente é excusado falar.
É como tentar mostrar a que algo cheira,
Quando não há nada a que comparar.
Mais fácil é chamarem-nos complicados.
Quando não nos entendem
ou dizem que sim
e no fim...
não entendem mesmo.
Falam porque falam
E continuam a falar
Quando, no fundo, virtude é calar...

O baloiço me embala

O baloiço me embala, para trás, para a frente. O vento eleva meus cabelos, uma cereja cai, vermelha, sumarenta. Um grilo canta, sozinho, (mas nem por isso deixa de cantar).
Olho a meu lado, vejo um ninho nesta arvore. E reparo que estas folhas nunca tiveram tão verdes, talvez porque nunca as olhei desta forma. O verde dos campos ofusca tudo o resto, vêem-se pintados malmequeres entre eles, que, gentilmente, se agitam com o vento. Hum, e lá longe vejo uma borboleta branca. Daria tudo para ela pousar em minha mão, para eu poder olha-la calmamente.
A melodia continua no ar. Não preciso ver, sei onde eles andam, acompanho-os com os meus ouvidos. Os pássaros: os donos do céu. São eles que, juntamente com o grilo que canta sozinho, com o abanar das folhas e com o barulho triturante de uma folha sendo recortada por uma abelha, me fazem sorrir, apenas porque, simplesmente o facto de os ouvir, de os sentir,faz com que seja feliz por um momento.
O baloiço continua a baloiçar, cada vez mais depressa. As palavras escrevem-se torcidas e as memórias menos boas infiltram-se de novo.
Não sei ao certo se me sinto triste ou se, amplamente, penso na tristeza, no quão dolorosa ela pode ser e no quão fracos elas nos pode tornar. É devido a ele, esse a quem chamam de “Amor”. E apenas e só de recordar essa palavra, meus olhos enchem-se de lágrimas. Contudo, elas não caem, porque a simplicidade da natureza não deixa. Porém, triste.
Encontro-me fora do rumo, a raiva torna-se imensa, o tédio aparece, ora bem, ora mal, a voz de suave passa a tensa e gritante. Aquelas quatro paredes voltam a envolver-me, ao mesmo tempo que a saudade reaparece.
Os pássaros cantam baixinho, não porque é real, mas porque o barulho ensurdecedor do silêncio os cala...

A felicidade paira no ar

Anda por aí
Vê se te animas
A felicidade paira no ar!
só tens de encontra-la
beijando, sonhando,
amando, ouvindo,
acreditando, sorrindo.

Traz a magia contigo,
Serena...
Descontraida...
Faz da vitória o teu sorriso,
Para que possas sempre alcançar.

tens o mundo a teus pés
É só conseguir agarrar!
Pulvilha saudade.
Encontra verdade,
Em todas as esquinas dessa cidade.

Toca no céu,
Vai ao fundo do mar.
Encontra a essência e vive a rimar.

A vida é breve.
Tens de entender.
Não percas vida
Onde não podes perder.

Vai...
Vem...
Aqui...
E além.

Faz de tudo uma gargalhada de infância:
Aproveita.
Vais ter saudade.

Voltar a ser criança


Salta pr`aqui
Vamos brincar
Pega no teu brinquedo
Vamos cantar!

Hoje quero ser criança
Brincar ao faz de conta
Ver a malta animada
Rodar até ficar tonta!

Telemóvel desliguei
Minha roupa eu sujei
Todo o dia na galhofa
Ainda não descansei!

É preciso crescer
A realidade ter à frente
Para valorizar a pequenez
e querer banir tudo da mente.

Ser criança por um dia
Faria bem a toda a gente
O "pouco" valorizar-se-ia
Faz bem, andar contente!